terça-feira, 26 de abril de 2016

Folha da Manhã

Folha da Manhã foi um jornal brasileiro publicado pela Companhia Jornalística Caldas Júnior em Porto Alegre entre 1969 e 1980.
Quando a Folha da Manhã começou a circular, no dia 12 de novembro de 1969, a CJCJ já publicava outros dois jornais diários na capital gaúcha: o Correio do Povo, em formato standard; e a Folha da Tarde, em formato tablóide. A Folhinha, como passou a ser chamada pelos portoalegrenses, foi uma nova opção de tablóide matutino, lançada para concorrer diretamente com o jornal Zero Hora, da empresa RBS. Para isso, veio com algumas inovações gráficas, uma linguagem cotidiana que procurava fugir da sisudez do Correião, mas também buscando um aprofundamento interpretativo que apostava num público diferenciado, jovem e de formação universitária.
O período de apogeu da Folha da Manhã foi entre os anos de 1974 e 1978, quando seu diretor era o jornalista Ruy Carlos Ostermann . Ruy instituiu a prática de grandes reportagens e uma autonomia de redação inédita, formando uma geração de repórteres investigativos e tornando o jornal uma das forças de enfrentamento à ditadura.
Pelo jornal passaram repórteres como Caco Barcelos, Licínio Azevedo e Jorge Escosteguy, o cronista Luis Fernando Verissimo, o ilustrador Edgar Vasques, os críticos de cinema Luiz Carlos Merten e Tuio Becker, o editor de música e cultura Juarez Fonseca, os futuros escritores Eduardo San Martin, Nei Duclós, José Onofre e Carlos Urbim, etc.
Em 1978, um episódio de censura terminou provocando a demissão de toda a redação do jornal, inclusive de seu diretor. Isso marcou o início da decadência da Folha da Manhã, que acabou saindo de circulação em 22 de março de 1980.

Folha da Tarde


Folha da Tarde foi um jornal brasileiro publicado pela Companhia Jornalística Caldas Júnior em Porto Alegre, de 1936 até junho de 1984.
A Folha da Tarde de Porto Alegre foi dirigida, em seu auge, pelo novelista e jornalista Sérgio Jockymann, que admitiu ter criado, certa vez, para aumentar as vendas, uma história de um crime hediondo que em realidade nunca acontecera. Mas o jornal se destacou por colunas de opinião que driblavam a censura da ditadura militar, como Ivette Brandalise, o próprio Jockymann, mas até mesmo um colunista que não existia de verdade, para que pudesse ser ousado em suas alfinetadas.
A edição de sábado da Folha da Tarde gaúcha vinha com o caderno Lazer&Utilidades.

domingo, 24 de abril de 2016

José de Abreu faz discurso pró-Dilma no programa do Faustão

“Vão tirar a Dilma para entregar para esse pessoal? Vão entregar o cofre para a raposa com a desculpa de que estão acabando com a corrupção?”, questionou o ator, que defendeu o governo e criticou os ataques de ódio contra petistasjosé de abreu
O ator José de Abreu foi um dos convidados de hoje (24) do Domingão do Faustão, da Rede Globo. Homenageado no quadro Arquivo Confidencial, ele deu sua opinião a respeito da situação política do país e comentou sobre a discussão ocorrida na noite de sexta-feira, quando cuspiu em um casal após ser ofendido em um restaurante de São Paulo.
Questionado sobre sua posição ideológica, Abreu defendeu a presidenta Dilma Rousseff e criticou a tentativa de golpe contra o governo. “Vão tirar a Dilma para entregar para esse pessoal? Vão entregar o cofre para a raposa com a desculpa de que estão acabando com a corrupção?”, perguntou, ao lembrar que ela foi eleita por 54 milhões de pessoas e não responde por qualquer tipo de crime, diferente de vários membros da oposição.
O artista ressaltou que nunca antes a Polícia Federal teve tanta liberdade para as investigações e que o estigma contra os petistas surgiu, em boa parte, por causa da imprensa. Ele pediu que haja mais tolerância entre as pessoas que pensam de forma diferente e lembrou que muitos membros do PT estão sendo hostilizados nas ruas por causa do ódio disseminado na sociedade.
Sobre o episódio no restaurante, em que foi xingado de “ladrão” e “safado” por um casal, o ator disse que não se arrepende de ter reagido. Ele afirmou que os ataques partem sempre contra a esquerda e que artistas como Lobão e Roger – que declaram ser abertamente opostos ao governo – nunca são incomodados.

TV Gaúcha canal 12

capa da ZH -incendio tv gaucha 1972. apos incendio jayme sirotsky faz pronunciamento .
 entrega das chaves de um ônibus equipado para atender a TV Gaúcha ao gerente Luiz Carlos de Lucena, em outubro de 1973.Celia Ribeiro na televisão Gaúcha.
 
A TV Gaúcha de Porto Alegre foi fundada em 29 de dezembro de 1962 pelo comunicador Maurício Sirotsky Sobrinho, operando no canal 12 de Porto Alegre, concedido ao Grupo RBS em 1961 pelo presidente da república Juscelino Kubitschek.
Em seus primeiros anos, a TV Gaúcha teve sua programação exclusivamente local, para concorrer com a TV Piratini, canal 5 VHF, que era afiliada à Rede Tupi. Porém, afiliou-se à Rede Excelsior poucos anos depois. Em 1967, com a crise da Excelsior, a TV Gaúcha afiliou-se à Rede Globo, fundada em 1965 pelo jornalista Roberto Marinho no Rio de Janeiro. A partir de então, a maior parte de sua programação passou a ser produzida pela Rede Globo.
O Jornal do Almoço, principal programa da emissora, entrou no ar em 1972, quando ainda não havia espaço na programação nacional da Rede Globo para telejornais locais ao meio-dia. Para colocar o programa no ar, a TV Gaúcha interrompia a programação da Rede Globo para exibir o JA, que tinha duas horas de duração.
Em 12 de junho de 1972, a TV Gaúcha sofreu um incêndio em sua sede no Morro Santa Teresa, danificando muitos equipamentos e estúdios, um grande prejuízo para a emissora. Mesmo assim, o Jornal do Almoço foi ao ar no dia seguinte e noticiou o acontecimento.
Em 1982, entrou no ar o programa Galpão Crioulo, de 50 minutos, com o objetivo de divulgar a o folclore e a música nativista gaúcha.
Em 1983, a TV Gaúcha e as outras emissoras do grupo no interior do estado do Rio Grande do Sul e também de Santa Catarina, receberam o nome de RBS TV, no caso da TV Gaúcha, RBS TV Porto Alegre.

TV Piratini


A TV Piratini foi uma emissora de televisão brasileira com sede em Porto Alegre. Retransmitia a programação da Rede Tupi além de gerar programas locais. Foi extinta em 18 de julho de 1980 após o cancelamento da concessão da Rede Tupi em São Paulo.
Operava no canal 5 VHF, que desde 1981 pertence ao SBT Porto Alegre, emissora própria do Sistema Brasileiro de Televisão.

Entre seus programas locais, a emissora da Rede Tupi apresentava todas as noites o Diário de Notícias na TV, apresentado por jornalistas como Ênio Rockenbach, Melchíades Stricher e o mais tarde deputado federal Ibsen Pinheiro. Ênio Rockenbach também apresentou, a partir de 1961, o programa sobre futebol Em Mangas de Camisa. Mimi Moro passou décadas ensinando as gaúchas a cozinhar no programa Cozinhando com Dona Mimi. As notícias eram apresentadas por Celso Ferreira, que mais tarde foi apresentar o Rede Regional de Notícias do Jornal do Almoço. Ernani Behs apresentava o Varig Convida, sobre viagens internacionais.
O canal 5 de Porto Alegre voltou ao ar quando o empresário e comunicador Sílvio Santos obteve a concessão, em 26 de agosto de 1981, para a transmissão de sua nova rede de televisão, o Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), inicialmente chamado de TVS. O SBT Porto Alegre, além de transmitir a programação nacional do SBT, gera também programas locais como o SBT Rio Grande.
O terreno dos estúdios da TV Piratini, passou a ser utilizada pela TV Educativa (TVE-RS), canal 7 VHF. Durante a administração da emissora estatal gaúcha pelo jornalista Cândido Norberto, a TV Educativa passou a se chamar TVE Piratini, em homenagem à antiga emissora e em alusão ao fato de pertencer ao governo do Estado, que fica sediado no Palácio Piratini. Acervos da TV Educativa de Porto Alegre se perderam destruídos por um incêndio em 1983, incêndio este que também acabou por destruir o acervo da TV Piratini, uma vez que este se encontrava no mesmo prédio.
câmera TV PiratiniAntena e prédio da TV Piratini no Morro Santa Tereza, ainda desabitadoFotografia do lançamento do Sabão Alba tirada nos estúdios da TV Piratini, Canal 5 de Porto Alegre (RS), emissora dos Diários Associados, da mesma rede que a TV Tupi de São Paulo.

revistas

Em 1972, chegava às bancas de jornais de todo o país, acompanhando de grande campanha, inclusive na TV, a revista SACARROLHA, uma criação de Primaggio Mantovi. Era o resultado de um concurso interno da Rio Gráfica e Editora, cujo ganhador receberia como prémio, a publicação de seu personagem e um contrato de três anos. Primaggio atingiu a marca de 36 edições, sempre retratando o ambiente alegre e festivo do circo, tendo o palhaço Sacarrolha como protagonista.




Na década de 1980, surge pela Editora Abril, o palhaço ALEGRIA, também em revista mensal. 

Criada por uma equipe comandada por Waldyr Igayara de Souza, o palhacinho acabou ficando com o copyright da Editora Abril e foi licenciada para vários produtos. Sua revista teve um total de 57 edições.
A TURMA DO LAMBE LAMBE, de Daniel Azulay, também tinha um pé no circo, através do personagem Tristinho. Derivado do programa de TV de grande sucesso, chegou aos quadrinhos via Editora Abril, também nos anos 1980. Também nessa década vemos surgir o palhaço BOZO (SBT) e a dupla ATCHIM E ESPIRRO.

tv antiga

Revista 7 Dias na TV 1960TV Excelsior – Canal 2 – Rio.Revista Intervalo – 1962
Revista Intervalo - 1962O Mundo Ilustrado 19611962 Simonetti foto boahttp://blogdomaga.com.br/wp-content/uploads/2016/02/1958-Simonetti-em-disco.jpgÉ disco que eu gosto - 195717 BH18 Rio
por Alexandre Silva

Em 18 de setembro de 1950, era inaugurada a PRF-3 TV Tupi de São Paulo, a nossa primeira emissora de televisão, com shows de vários artistas, como Hebe Camargo e Ivon Cury.
Logo na estreia, um número cômico do grande ator e comediante Mazzaropi, que havia feito muito sucesso no rádio. Esse comediante caipira se apresentou em muitos palcos antes de chegar à TV, entre eles, o circo. De grande popularidade, as companhias circenses consagraram artistas que seguiram o mesmo caminho. Além de Mazzaropi, Oscarito e Grande Otelo, Fuzarca e Torresmo, Arrelia e Pimentinha, Carequinha e Fred, também foram para o rádio e depois para a TV. E para não ficar só na memória, já que nem vídeo tape existia, eles foram parar nos gibis, iniciando uma prática que se tornaria constante nas décadas seguintes!
Então, ABRAM-SE AS CORTINAS, POIS VAI COMEÇAR O ESPETÁCULO!!


COMO VAI, COMO VAI, COMO VAI?

EU VOU BEM, MUITO BEM, BEM, BEM!


ARRELIA E PIMENTINHA
Capa de Jayme Cortez
Nascido dentro do circo de seus pais, José Carlos Queirolo (Torresmo), fez carreira por todo o Brasil, junto ao seu parceiro cômico Albano Pereira (Fuzarca). A  dupla Fuzarca e Torresmo estreou na TV no dia 12 de outubro de 1950, como um presente da TV Tupi Difusora, para o Dia das Crianças. Dali em diante, passaram a participar de vários programas, fazendo sempre esquetes cômicas de grande sucesso. Tiveram gibi nas bancas de 1955 a 1959. Com a morte de Fuzarca em 1975, Torresmo passou a se apresentar com seu filho Pururuca.
Revista 7 Dias na TV - 1965“O Cara Suja” foi uma novela produzida pela TV Tupi de São Paulo com direção de Geraldo Vietri e texto de Walter George Durst adaptado da novela do autor mexicano Roberto Valente.
Geraldo Vietri
Geraldo Vietri
Walter George Durst
Walter George Durst
“O Cara Suja” era exibido de segunda a sexta, às 20 horas, de 01 de Abril a 13 de Julho, num total de 74 capítulos [um marco, considerando-se  que, à época, as novelas do horário tinham 50 capítulos, em média]. Embora o texto original tratasse da história de um espanhol, Walter George Durst revolveu fazer a adaptação para um italiano (vindo de Catanzaro, na Calábria). O fato de Walter George Durst e a TV Tupi serem da capital paulista, onde é imensa a colônia italiana, obviamente ajudaram na decisão.
Revista Intervalo 1965
Revista Intervalo 1965
A história narrava as dificuldades de Ciccillo Nascareda (Sérgio Cardoso) em conquistar o amor de Yara (personagem da atriz e dubladora Rita Cléos), que pertencia a uma família tradicional paulistana em franca decadência por causa de dívidas.
Yara (a Biondina) e Ciccillo
Yara (a Biondina) e Ciccillo
 Ciccillo – um calabrês do tipo bem tosco – chegara pobre ao Brasil e transformou-se num milionário do dia para noite por causa de um golpe de sorte jogando na loteria. Do interesse da família de Yara na fortuna de Ciccillo surgiu a proposta: fazer o calabrês casar-se com a moça a fim de se manter na lata sociedade. A história girava em torno do desprezo que Yara [a quem, para desespero da própria, Ciccillo chamava de Biondina]  nutria pelo “carcamano”, que se apaixonara assim que a conhecera. Interessante é que Sérgio Cardoso e Rita Cléos já haviam trabalhado juntos no teatro quando ele já era conhecido e ela ainda era iuma atriz em início de carreira.
Última Hora - 1960
Última Hora – 1960
A trama simples e linear, que contava com um elenco enxuto de 12 a 14 artistas, não demorou a cair no gosto paulistano e atingir altos níveis de audiência, chegando a bater a famosa novela das 21 horas, O Direito de Nascer, também da TV Tupi.
Revista 7 Dias na TV - 1965
Revista 7 Dias na TV – 1965
Estavam no elenco: Percy Ayres, Juca de Oliveira [que anos depois,  também na TV Tupi, faria Nino, personagem principal da novela “Nino, o italianinho”], Marisa Sanches, Norah Fontes, Gilberto Sálvio, Gian Carlo e Débora Duarte, entre outros.
Percy Ayres e Rita Cléos
Percy Ayres e Rita Cléos
Juca de Oliveira
Juca de Oliveira
Acima, Gian Carlo; em baixo Gilberto Sálvio
Gian Carlo (acima) e Gilberto Sálvio
 Com a previsão inicial de 50 capítulos, “O Cara Suja” ganhou uma sobrevida devido à audiência, principalmente quando a trama trouxe uma rival para a Biondina: Marília, interpretada pela atriz Carmem Jóia. O triângulo formado pelos personagens, Biondina, Ciccillo e Marília tornou-se assunto obrigatório.
Revista Intervalo 1965
Revista Intervalo 1965
Afinal, com quem Ciccillo ficaria? Com Marília?
Marília e Ciccillo
Marília e Ciccillo
OU com a Biondina?
Ciccillo e Yara, a Biondina
Ciccillo e Yara, a Biondina
O sucesso de “O Cara Suja” não ficaria restrito a São Paulo. Embora ainda não houvesse o conceito de transmissão em rede, outras emissoras pertencentes aos Diários Associados também passaram a transmitir a novela, e com o mesmo sucesso. Foi assim na TV Tupi – Rio, canal 6. 18 RioNa TV Alterosa (Belo Horizonte), canal 2.17 BHE na TV Piratini (Porto Alegre), canal 5.16 Porto Alegre Na TV Piratini o sucesso da novela foi praticamente tão grande quanto o de São Paulo.
Revista do Rádio - 1965
Revista do Rádio – 1965
Houve grande repercussão a respeito do affair entre o ator Sérgio Cardoso e a atriz Carmem Jóia.
Revista Intervalo - 1965
Revista Intervalo – 1965
Coisa que não ficou fora do bom humor brasileiro.
Revista do Rádio - 1965
Revista do Rádio – 1965
A aproximação do final da novela chegou a causar celeuma por causa da notícia de que Ciccillo morreria no último capítulo. Isso fez com que até a coluna O Cabresto, do sisudo jornal Folha de São Paulo, publicasse ironia a respeito em sua edição de 01 de Julho de 1965.
Trecho da coluna O Cabresto
Trecho da coluna O Cabresto
Como toda novela, “O Cara Suja’ possuía seu tema de abertura”. Tratava-se de “Se piangi, se ridi”, música cantada por Bobby Solo. Entretanto, o sucesso da novela foi tal que Sérgio Cardoso resolveu gravar a canção. A intenção do ator chegou a causar uma briga entre gravadoras.
Revista Intervalo - 1965
Revista Intervalo – 1965