domingo, 24 de abril de 2016

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Revista 7 Dias na TV 1960TV Excelsior – Canal 2 – Rio.Revista Intervalo – 1962
Revista Intervalo - 1962O Mundo Ilustrado 19611962 Simonetti foto boahttp://blogdomaga.com.br/wp-content/uploads/2016/02/1958-Simonetti-em-disco.jpgÉ disco que eu gosto - 195717 BH18 Rio
por Alexandre Silva

Em 18 de setembro de 1950, era inaugurada a PRF-3 TV Tupi de São Paulo, a nossa primeira emissora de televisão, com shows de vários artistas, como Hebe Camargo e Ivon Cury.
Logo na estreia, um número cômico do grande ator e comediante Mazzaropi, que havia feito muito sucesso no rádio. Esse comediante caipira se apresentou em muitos palcos antes de chegar à TV, entre eles, o circo. De grande popularidade, as companhias circenses consagraram artistas que seguiram o mesmo caminho. Além de Mazzaropi, Oscarito e Grande Otelo, Fuzarca e Torresmo, Arrelia e Pimentinha, Carequinha e Fred, também foram para o rádio e depois para a TV. E para não ficar só na memória, já que nem vídeo tape existia, eles foram parar nos gibis, iniciando uma prática que se tornaria constante nas décadas seguintes!
Então, ABRAM-SE AS CORTINAS, POIS VAI COMEÇAR O ESPETÁCULO!!


COMO VAI, COMO VAI, COMO VAI?

EU VOU BEM, MUITO BEM, BEM, BEM!


ARRELIA E PIMENTINHA
Capa de Jayme Cortez
Nascido dentro do circo de seus pais, José Carlos Queirolo (Torresmo), fez carreira por todo o Brasil, junto ao seu parceiro cômico Albano Pereira (Fuzarca). A  dupla Fuzarca e Torresmo estreou na TV no dia 12 de outubro de 1950, como um presente da TV Tupi Difusora, para o Dia das Crianças. Dali em diante, passaram a participar de vários programas, fazendo sempre esquetes cômicas de grande sucesso. Tiveram gibi nas bancas de 1955 a 1959. Com a morte de Fuzarca em 1975, Torresmo passou a se apresentar com seu filho Pururuca.
Revista 7 Dias na TV - 1965“O Cara Suja” foi uma novela produzida pela TV Tupi de São Paulo com direção de Geraldo Vietri e texto de Walter George Durst adaptado da novela do autor mexicano Roberto Valente.
Geraldo Vietri
Geraldo Vietri
Walter George Durst
Walter George Durst
“O Cara Suja” era exibido de segunda a sexta, às 20 horas, de 01 de Abril a 13 de Julho, num total de 74 capítulos [um marco, considerando-se  que, à época, as novelas do horário tinham 50 capítulos, em média]. Embora o texto original tratasse da história de um espanhol, Walter George Durst revolveu fazer a adaptação para um italiano (vindo de Catanzaro, na Calábria). O fato de Walter George Durst e a TV Tupi serem da capital paulista, onde é imensa a colônia italiana, obviamente ajudaram na decisão.
Revista Intervalo 1965
Revista Intervalo 1965
A história narrava as dificuldades de Ciccillo Nascareda (Sérgio Cardoso) em conquistar o amor de Yara (personagem da atriz e dubladora Rita Cléos), que pertencia a uma família tradicional paulistana em franca decadência por causa de dívidas.
Yara (a Biondina) e Ciccillo
Yara (a Biondina) e Ciccillo
 Ciccillo – um calabrês do tipo bem tosco – chegara pobre ao Brasil e transformou-se num milionário do dia para noite por causa de um golpe de sorte jogando na loteria. Do interesse da família de Yara na fortuna de Ciccillo surgiu a proposta: fazer o calabrês casar-se com a moça a fim de se manter na lata sociedade. A história girava em torno do desprezo que Yara [a quem, para desespero da própria, Ciccillo chamava de Biondina]  nutria pelo “carcamano”, que se apaixonara assim que a conhecera. Interessante é que Sérgio Cardoso e Rita Cléos já haviam trabalhado juntos no teatro quando ele já era conhecido e ela ainda era iuma atriz em início de carreira.
Última Hora - 1960
Última Hora – 1960
A trama simples e linear, que contava com um elenco enxuto de 12 a 14 artistas, não demorou a cair no gosto paulistano e atingir altos níveis de audiência, chegando a bater a famosa novela das 21 horas, O Direito de Nascer, também da TV Tupi.
Revista 7 Dias na TV - 1965
Revista 7 Dias na TV – 1965
Estavam no elenco: Percy Ayres, Juca de Oliveira [que anos depois,  também na TV Tupi, faria Nino, personagem principal da novela “Nino, o italianinho”], Marisa Sanches, Norah Fontes, Gilberto Sálvio, Gian Carlo e Débora Duarte, entre outros.
Percy Ayres e Rita Cléos
Percy Ayres e Rita Cléos
Juca de Oliveira
Juca de Oliveira
Acima, Gian Carlo; em baixo Gilberto Sálvio
Gian Carlo (acima) e Gilberto Sálvio
 Com a previsão inicial de 50 capítulos, “O Cara Suja” ganhou uma sobrevida devido à audiência, principalmente quando a trama trouxe uma rival para a Biondina: Marília, interpretada pela atriz Carmem Jóia. O triângulo formado pelos personagens, Biondina, Ciccillo e Marília tornou-se assunto obrigatório.
Revista Intervalo 1965
Revista Intervalo 1965
Afinal, com quem Ciccillo ficaria? Com Marília?
Marília e Ciccillo
Marília e Ciccillo
OU com a Biondina?
Ciccillo e Yara, a Biondina
Ciccillo e Yara, a Biondina
O sucesso de “O Cara Suja” não ficaria restrito a São Paulo. Embora ainda não houvesse o conceito de transmissão em rede, outras emissoras pertencentes aos Diários Associados também passaram a transmitir a novela, e com o mesmo sucesso. Foi assim na TV Tupi – Rio, canal 6. 18 RioNa TV Alterosa (Belo Horizonte), canal 2.17 BHE na TV Piratini (Porto Alegre), canal 5.16 Porto Alegre Na TV Piratini o sucesso da novela foi praticamente tão grande quanto o de São Paulo.
Revista do Rádio - 1965
Revista do Rádio – 1965
Houve grande repercussão a respeito do affair entre o ator Sérgio Cardoso e a atriz Carmem Jóia.
Revista Intervalo - 1965
Revista Intervalo – 1965
Coisa que não ficou fora do bom humor brasileiro.
Revista do Rádio - 1965
Revista do Rádio – 1965
A aproximação do final da novela chegou a causar celeuma por causa da notícia de que Ciccillo morreria no último capítulo. Isso fez com que até a coluna O Cabresto, do sisudo jornal Folha de São Paulo, publicasse ironia a respeito em sua edição de 01 de Julho de 1965.
Trecho da coluna O Cabresto
Trecho da coluna O Cabresto
Como toda novela, “O Cara Suja’ possuía seu tema de abertura”. Tratava-se de “Se piangi, se ridi”, música cantada por Bobby Solo. Entretanto, o sucesso da novela foi tal que Sérgio Cardoso resolveu gravar a canção. A intenção do ator chegou a causar uma briga entre gravadoras.
Revista Intervalo - 1965
Revista Intervalo – 1965







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